sexta-feira, 11 de abril de 2014

Você está feliz com sua carreira?

Muitas pessoas, embora bem empregadas, não se sentem felizes com a carreira que abraçaram, ou com o trabalho que desenvolvem na empresa. Motivos? Um sem número! Mas seria interessante avaliar o por quê, avaliando o dia a dia dessas pessoas.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos, diretamente com público empregado, revelou a necessidade de algumas questões que precisam ser bem avaliadas por todos para que a felicidade no trabalho possa existir. Vejamos algumas delas.

1 - Gosto do que faço?

Esta pergunta nos permite avaliar alguns pontos que poderão refletir como nos situamos no ambiente de trabalho, talvez até suscitando novas perguntas que, obviamente precisarão ser respondidas. Precisamos atentar para pontos tais como ser um profissional inteirado das tarefas que são atribuídas; ser respeitado pelos companheiros de trabalho, pela competência, dedicação, bons tratos com as pessoas com as quais se relaciona; divertir-se com as tarefas que desenvolve, em lugar de transformá-las em um fardo a carregar; levantar da cama pela manhã com a expectativa de que poderá concluir, ou desenvolver com prazer a tarefa da qual está responsável, no momento; procurar sempre o desenvolvimento profissional, tornando-se cada vez mais um expert naquilo que faz: estudar sempre, mantendo-se atualizado, é um bom caminho.

2 - Mantenho minha agenda sob controle?

Embora não pareça, à primeira vista, manter a agenda sob controle é um dos pontos básicos para gerar a felicidade na carreira. A falta de controle do tempo, tentar desenvolver mais de uma tarefa ao mesmo tempo, postergar atividades urgentes, são fontes de preocupação geradas por nós mesmos e que acabam conduzindo a um estresse desnecessário e, por decorrência, provocando infelicidade e insatisfação com o trabalho. A necessidade de ter a agenda sob controle não quer dizer que a flexibilidade para a realização de tarefas seja algo impensável. É importante que, mesmo com flexibilidade para realização de tarefas tenhamos completo controle de nosso tempo. Algumas pessoas são mais produtivas em determinados horários do dia, ou são mais produtivas em determinados ambientes de trabalho. O importante é o controle da agenda. Outro ponto que deve ser considerado com muito cuidado e interesse no controle da agenda é o equilíbrio entre as atividades profissionais e as atividades ligadas à vida familiar. É sempre bom lembrar que a combinação adequada destes dois fatores contribuirá intensamente para a felicidade, tanto na carreira, quanto na vida familiar. É sempre bom lembrar que o tratamento equilibrado desta relação é fundamental para o sucesso.

3 - Respeito e confio na equipe de liderança?

A confiança na equipe de liderança é de fundamental importância para alcançar a felicidade na carreira. Não que seja desejável considerar o chefe como o máximo - ninguém é perfeito. Mas o diálogo franco, honesto e leal é importante. A confiança na equipe de liderança é gerada pelo respeito. Outro ponto de importância é a empresa, ou a equipe de liderança receber bem e saber avaliar de forma ponderada todo o feedback oferecido pelos funcionários. Assim, estes se sentirão confortáveis em poder colaborar para o progresso e crescimento da empresa, gerando assim a almejada felicidade. Empregado feliz é empregado produtivo

4 - É interessante encontrar um trabalho que se alinha com os meus pontos fortes?

Devemos prestar muita atenção nos elementos de trabalho que se apresentam ao longo do tempo, por exemplo, a gestão de outros funcionários, a forma como escrevemos nossos pareceres e contribuições, como é efetivado o desenvolvimento de processos. Mais um ponto de relevância está ligado às mudanças organizacionais (crescimento, estrutura, processo). Nossa capacidade de adaptabilidade às necessidades da empresa é de suma importância para minimizar nossa incompatibilidade com a empresa e os novos métodos. Nem sempre dominamos todas as variáveis que levaram a empresa a promover as mudanças que se apresentam em certo momento. A consideração de somente nossos pontos fortes pode não ser totalmente importante em um momento de mudanças, o que pode gerar alto grau de insatisfação e, por decorrência, de infelicidade, talvez até com reflexos sérios na vida particular, junto à família. Precisamos estar atentos para a revelação de nossos pontos fracos durante uma mudança, para que não sejamos atingidos de surpresa. É importante sabermos conjugar nossos valores com os valores e meio ambiente da empresa. Portanto, considerar somente nossos pontos fortes não serve como elemento para que alcancemos a felicidade na carreira. Precisamos reconhecer, identificar nossos pontos fracos ao longo de cada processo e promover a adaptação necessária.

5 - Será que preciso de uma empresa que apoia o crescimento dos empregados?

Considerar tão somente a preocupação da empresa no apoio ao desenvolvimento dos funcionários como um dos pontos relevantes para que seja alcançada a felicidade na carreira, não me parece pertinente. Claro que a empresa que se preocupa com o crescimento profissional do empregado somente tem a ganhar com isto, mas o empregado também deve fazer por onde crescer por si mesmo para se fazer notar como importante para a empresa. Esta última consideração me faz lembrar a estória do "empregado abacaxi", que volta e meia aparece em emails, ou no Facebook. Nunca é demais lembrar.

Um funcionário com muitos anos de empresa estava irritado porque um jovem contratado havia pouco tempo fora indicado pelo patrão para uma vaga à qual o antigo empregado pleiteava. Essa vaga implicaria em aumento salarial e responsabilidades equivalentes. Então, esse funcionário se apresentou ao chefe para pleitear aumento. O patrão não permitiu que ele começasse a expor o motivo de sua entrevista. Ao invés disso, o patrão faz um pedido:

- Há um vendedor de abacaxis parado aí do outro lado da rua. Veja quanto custa o abacaxi.

A contra gosto e até um tanto indignado pelo estranho pedido, o funcionário foi e voltou quase uma hora depois, pois havia aproveitado para fumar, tomar café na padaria da esquina e conversar com conhecidos que passavam. Retornando este, o patrão perguntou:

- Qual é o preço unitário do abacaxi pérola?

- Não sei se era o pérola, mas o que ele tem lá custa R$3,00.

- Ele fornece para a empresa?

- Não sei.

O chefe pediu que o funcionário mais velho aguardasse e mandou chamar o mais novo, recém promovido. Apresentando-se este, o chefe pediu para que realizasse a mesma tarefa: saber o preço do abacaxi. Ele foi e voltou em menos de dez minutos. O patrão fez a mesma pergunta:

- Qual é o preço unitário do abacaxi pérola?

- R$3,00.

- Ele fornece para a empresa?

- Sim. Dei meu cartão e fiquei com o contato dele.

- Ele oferece algum desconto?

- Para compras acima de 100 unidades ele oferece 20% de desconto para o pérola e 25% para o cayenne.

- Em quanto tempo ele entrega?

- Até as 08:00 do dia posterior ao pedido.

- Há mais alguma coisa que eu precise saber?

- Ele também fornece outras frutas e dá descontos conforme a fruta, a quantidade pedida e a disponibilidade.

Após essa última resposta, o chefe se dirige ao funcionário mais antigo e pergunta qual era o assunto do qual este queria tratar. O funcionário responde que não era importante e se retira, humilhado, mas tendo aprendido uma valiosa lição.

Iniciativa é outro ponto importante, além da atualização profissional. No caso tratado, do "empregado abacaxi", com toda certeza o empregado mais novo já vinha sendo observado pelo patrão que tem condições de apostar em um investimento significativo no mesmo, o que, no futuro, será benéfico para a empresa e para o empregado.

Pensar somente no que a empresa deve oferecer não parece ser a indicação mais adequada. Ambas as partes devem se complementar.