sábado, 27 de janeiro de 2018

Você deve dar a boa notícia ou má notícia primeiro?

Quantas vezes você já fez esta pergunta para pessoas de seu relacionamento? Cada um de nós tem uma intenção, ou acredita que conhece os sentimentos e reações da pessoa que receberá a notícia. Esta nem sempre é a realidade. Cada um tem suas expectativas, suas imaginações e seus modos de enfrentar cada situação. 
Função de todos estes parâmetros, e de muitos outros que, talvez, só a psicologia explique, o escritor Daniel Pink, apresenta um livro que ajuda a entender o tema. Já a partir do título ele nos dá uma dica para tal situação: o timing é tudo - inclusive quando você tem notícias para entregar.
"Você quer ouvir a boa notícia ou a má notícia em primeiro lugar?" Essa é uma pergunta que nos fazem inúmeras vezes ao longo dos anos, tanto em nossos negócios como em nossas vidas pessoais.
Quando alguém lhe faz essa pergunta, qual é a sua resposta?
De acordo com Daniel Pink, autor em seu novo livro best-seller  When: The Scientific Secrets of Perfect Timing ,  o timing é tudo, e isso se estende para a apresentação de boas ou más notícias. Ele admite que, intuitivamente, quando se trabalha com funcionários, imagina-se sempre que a melhor abordagem é lhes dar a boa notícia em primeiro lugar. Assim procedendo, imagina-se não parecer como um idiota, ou demasiado agressivo, e se procura dizer a boa notícia primeiro, o quê poderia amortecer o golpe inevitável das más notícias.
Mas, diz Pink em uma entrevista no Washington Post,  "Isso está errado. A pesquisa nos diz isso muito, muito claramente. Se você perguntar às pessoas o que elas preferem, quatro em cada cinco preferem receber a má notícia primeiro. A razão tem a ver com os desfechos (os finais) das situações. Dada a escolha, os seres humanos preferem desfechos que elevam, engrandecem. As pessoas preferem desfechos que as levantam, que têm uma sequência crescente, em vez de uma sequência de declínio."
Isso explica por que as pessoas gostam de assistir filmes ou ler livros com um final feliz, inspirador - que os faz se sentir bem. Pink acrescenta: "Tendemos a pensar que nós mesmos somos especiais. Quando damos um feedback pensamos, oh, essa pessoa não pode querer a má notícia em primeiro lugar, mesmo que eu o faça - eu serei o único. E assim nós agimos de formas que são diferentes das nossas próprias preferências porque pensamos que as outras pessoas não têm as mesmas".
Então, da próxima vez que tiver uma boa notícia e uma má notícia para comunicar, você provavelmente não se posicionará da forma errada, apresentando a má notícia em primeiro lugar. Isso é exatamente o que a maioria das pessoas querem ouvir, e você normalmente não estará fazendo nenhum favor, tentando suavizar o golpe da má notícia, dizendo a boa notícia em primeiro lugar.