sexta-feira, 4 de maio de 2018

Como lembrar das coisas de forma mais eficaz

Nos dias de hoje, em que vivemos a chamada Era da informação e nos vemos constantemente bombardeados por um conjunto enorme de fatos, figuras, notícias, eventos e necessidade de fazer algo, nosso cérebro não aguenta lembrar de tanta informação. Estudos estimam que todos os dias nossos cérebros tentam processar 34GB de informação e cerca de 50.000 pensamentos!
Isso é uma enorme quantidade de informações e não conseguimos identificar o que realmente é útil. Isso é só informação vindo de fora. Que tal informação vindo internamente de sua própria mente? Nossas próprias ideias, flashes criativos e inspiração também se juntam aos dados externos e se perdem na enxurrada de informação.
Como podemos lembrar do que é realmente importante para nós, o que realmente nos interessa? Precisamos arranjar uma forma de digerir toda esta informação para sobreviver no mundo de hoje.
Nossos cérebros são bons em fazer conexões, mas não são projetados para memorizar e armazenar cargas enormes de dados como um computador. 
Uma alternativa que algumas pessoas adotam é transferir todo esse trabalho de memorização e processamento de toda essa informação para um chamado "cérebro backup" - um "cérebro digital". Este cérebro pode ficar no bolso e agir como um fiel assistente onde quer que se vá. Para se manter atualizado, basta enviar as novas informações para este cérebro digital, e o cérebro real pode esquecê-las. Sempre que for necessário lembrar alguns detalhes particulares de semanas atrás, basta puxar do cérebro digital rapidamente.
Além de ajudar o cérebro, esta possibilidade liberta a mente para gastar energia com coisas muito mais valiosas. Coisas como a criatividade, a tomada de decisão ou aprender novas habilidades. Os benefícios acumulados ao longo dos anos são enormes.
Vamos tomar como exemplo, a lembrança de nomes e a dificuldade que muitas vezes temos para lembrá-los. Quando tal ocorre, que tal, em lugar de tentar memorizar o nome da pessoa, tentar "aprender" o nome dela. É uma distinção pequena, mas importante. Porque quando aprendemos alguma coisa, temos uma intenção em mente - e essa intenção é capaz de estimular nosso cérebro a formar todo tipo de conexões e padrões.
Podemos formular um método específico que sejamos capazes de aplicar não só para lembrar nomes, mas também para outras coisas - como lembrar o que lemos ou assistimos. Isso ajuda a reter muito mais conhecimento do que jamais poderíamos antes.
A única maneira de lembrar tudo o que lemos
A menos que estejamos na classe dos raros indivíduos com memória fotográfica, é provável que os detalhes sobre o conteúdo consumimos desapareçam rapidamente. Com que frequência lembramos de ter lido um artigo, mas esquecido sobre o que? Quantas vezes lembramos o título de um filme, mas não conseguimos lembrar do enredo? Evidentemente, não estamos sozinhos.
Podemos procurar lembrar o que comemos ontem ou o que fizemos no último final de semana. Essas memórias provavelmente estarão borradas porque elas não são críticas para nossa sobrevivência. Estudos apontam que nossos cérebros têm cerca de 8 GB de capacidade para recuperação imediata, e somente as informações mais essenciais aparecerão de imediato. As informações não essenciais, via de regra, ficam fora de foco. 
O cérebro humano não foi projetado para nos ajudar a lidar com grandes quantidades de dados. Somos bombardeados com estímulos todos os dias. Se processássemos e lembrássemos tudo, isso provavelmente dificultaria a nossa função. Nosso cérebro classifica todas as nossas experiências para eliminar as coisas significativas e insignificantes que encontramos.
A primeira vez que você lemos algo, terminar é o único objetivo.
Não importa o quanto estejamos ansiosos para ver um filme ou ler um livro. A menos que o conteúdo esteja vinculado à nossa sobrevivência, é provável que nos esqueçamos do que vimos ou lemos, logo após visualizá-lo.
Parte disso é porque nosso objetivo principal era assistir ao filme ou ler o livro. Quando ainda não vimos, ou lemos, algo, nossa vontade de terminar a história é nossa principal preocupação. Depois de satisfazermos nosso desejo, provavelmente não nos lembraremos do que vimos. Terminar o filme ou livro não é o mesmo que lembrar todos os detalhes.
Os seres humanos armazenam memórias através de um processo chamado codificação. Nosso cérebro é melhor em codificar informações quando podemos associar novas informações a experiências pré-existentes.
A primeira vez que nos deparamos com informações é como passarmos por estranhos na rua. Nossos neurônios processam que você encontramos alguém, e para por aí. Não há reconhecimento, e depois de passar aquele momento, provavelmente não nos lembraremos de quem vimos.
Algumas pessoas lembram o que vêem. Por quê?
Podemos nos sentir frustrado quando não conseguimos nos lembrar do que acabamos de ver, mas pode ser ainda mais enlouquecedor quando nos deparamos com alguém que parece ter absorvido tudo. Este é o amigo que recita detalhes dos filmes que você assistiu meses atrás. Muito depois de os pontos mais sutis de um texto terem escorregado de sua mente, eles ainda estão falando sobre isso. Como eles fazem isso?
Essas pessoas não têm memórias extraordinárias. Eles simplesmente aceitam a informação ativamente. Como eles estão processando informações ativamente, eles podem experimentar os detalhes do livro ou as cenas do filme repetidamente em pouco tempo. Eles revisam e sintetizam as informações para que elas se tornem próprias.
É como tomar o mesmo caminho todos os dias e encontrar as mesmas pessoas. Começamos a reconhecer as pessoas e a observar mais sobre elas porque elas já são familiares para nós. Da mesma forma, nossos neurônios podem facilmente fazer novas conexões quando forem solicitados a revisitar e analisar novas informações, em vez de observá-las passivamente.
A chave é ver, conectar e depois repetir.
Quanto mais nos envolvemos ativamente com o conteúdo que estamos consumindo, mais prontamente nos lembraremos disso. À medida que nossos neurônios revisitam o mesmo assunto repetidamente, é mais fácil para eles fazer novas conexões.
Pensemos nisso como dar um passeio pela floresta. No começo não há caminho, mas se seguirmos a mesma rota todos os dias, eventualmente, criaremos uma trilha. Poderemos nos mover com rapidez e facilidade em um lugar em que costumávamos nos movimentar lentamente. Nosso cérebro lida com a memória assim também. Queremos construir um caminho bem gasto para nossos neurônios.
Não confiemos em nossa memória inicial
A primeira vez que passamos por algo, provavelmente vamos esquecer muitos detalhes. Podemos achar difícil absorver detalhes porque há muita informação nova. Quando assistimos um filmes ou lemos livros, podemos nos ver obcecados com o que acontecerá a seguir. Nosso objetivo é apenas chegar ao fim.
É útil revisitar o conteúdo várias vezes. Podemos achar que desde que já sabemos o que acontece, seremos capazes de apreciar os detalhes.
Repetir ou reler não é suficiente
Podemos olhar a mesma informação várias vezes, mas isso não significa que ela ficará na nossa cabeça. A memorização mecânica (memorização por repetição) não permite que façamos conexões significativas com o que estamos vendo.
Para lembrar de algo, precisamos aplicá-lo. Em vez de absorver passivamente informações ou tentar memorizá-las de forma ativa, é importante fazer conexões. Se pudermos aplicar o que aprendemos, receber feedback e reaplicar um conceito com feedback, é muito mais provável que ele se mantenha.
Por exemplo, ler uma receita sozinho não nos ajudará a aprender a cozinhar. Cozinhar uma refeição e ter o feedback combinado de suas papilas gustativas e os comentários dos outros vão se destacar em nossa mente. Ver alguém fazendo um exercício nunca tem o mesmo impacto que fazer nós mesmos. Uma estrutura é praticamente inútil, a menos que você a aplique.
Quando aplicamos um conceito ou prática à nossa vida, fica mais fácil internalizar as informações. Pensemos na primeira vez que tivemos que viajar para o trabalho versus o agora. No começo, tínhamos que pensar em cada passo da rota, mas agora nem precisamos pensar sobre isso. É a combinação de repetição e aplicação que solidifica as conexões dos neurônios.
Devemos ter em mente uma pergunta para o final, antes de ler ou assistir algo
Quando pegamos um livro ou sentamos para assistir a um filme, tenhamos um objetivo em mente. Se não fizermos isso, nosso modo padrão será simplesmente chegar ao final do livro ou filme. Tenhamos uma pergunta que gostaríamos de responder antes de começar.
Por exemplo, lendo "O poder do hábito", sem um propósito não será muito útil. Vai parecer inútil para quem não está pronto para construir um hábito, não importa quão bom seja o livro. Por outro lado, se pensamos em um mau hábito que gostaríamos de abandonar antes de começar a ler, poderá conectar instantaneamente o que estamos lendo com nossa própria vida.
Quando localizamos capítulos ou ideias relacionados em livros, encontramos maneiras de conectá-los. Realcemo-los, escrevamos notas ou recortemos as seções relacionadas. Tomar notas à mão é uma maneira especialmente valiosa de ajudar-nos a lembrar conceitos importantes.
As pessoas que assistem a muitos filmes ou leem muitos livros, mas não se lembram delas, perdem muito tempo. Elas não captaram nenhuma informação que realmente as ajudará. Para evitar esquecer tudo o que vemos, apliquemos imediatamente depois de vê-lo e revisitemos os conceitos com frequência.
Precisamos ter nossa mente como uma armadilha de aço
É provável que amanhã nos esqueçamos o que lemos neste post, a menos que o salvemos, destaquemos e façamos questão de relacioná-lo à nossa vida. Marquemos este post como favorito e voltemos a ele para que possamos nos lembrar do que precisamos fazer para nos lembrarmos melhor da mídia que consumimos.
Assistir a filmes e ler sem pensar é uma perda de tempo. Aproveitemos ao máximo tudo o que vemos e lemos, encontrando formas de interagir com o conteúdo. Pensemos no que perderemos se permitirmos que essas oportunidades de aprendizado passem por nós.
Referência para o texto: Lifehack .